quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O feminismo marcha, minha filha

Contribuição de minha amiga Fernanda:

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João de Minas (1896-1984), pseudônimo de Ariosto Palombo, escreveu "A
mulher carioca aos 22 anos" em 1934.

Um trecho:

"– Agora é que você vai ver que bom - estertorou a literata, babando de gozo.

Foi a uma gaveta, e ficou de costas, afivelando uma espécie de cinta. De repente, voltou-se, cheia de um orgulho sádico. Angélica levou um susto. Claudia tinha se transformado num homem, e bem servido.

Aproximou-se, e ficou diante da cama, mostrando o membro triunfante e duro. Foi informando:

– Isto, meu bem, é a última palavra... É um aparelho de borracha, devido ao gênio dos argentinos, e se ajusta tão bem que qualquer mulher pode ser realmente um homem... No escuro, nem se percebe a diferença.

– É o Sexo Masculino Mecânico! No interior dele há uma espécie de dedinho, também de borracha, e que mexe deliciosamente com a gente, logo que se começa o vaivém... Você compreende... Até o calor humano há aqui, por meio de uma camada de água tépida, por dentro desta beleza...

E a tarada empunhou a banana sexual. E a sacudia, pensativa. Continuou, científica:

– O feminismo marcha, minha filha. Por este processo as mulheres podem saborear a vida, sem precisar dos homens, do casamento, e de outras tolices. Com uma vantagem: esta gracinha faz-se sob medida, e as mulheres de... de... boca grande podem ter as carícias volumosas de que precisam... É uma revolução, uma beleza!

Houve um silêncio. Angélica encolheu-se, cobriu a sua nudez. Claudia sacudia o membro.

– Pega nele – convidou.

Angélica, devagarinho, sentindo uma água ancestral na boca, um apetite hereditário de devassidão, pegou religiosamente no falo. O bruto parecia do legítimo, e latejava, estava quente e convidativo.

– Abre as pernas, meu anjo... – ciciou Claudia, deitando-se."

2 comentários:

xxxx disse...

Qta modernidade! Um texto ( bem ) escrito há 76 anos!

sabina anzuategui disse...

Contribuição da erudita Fernanda Diamant, ;)