sábado, 24 de julho de 2010

Garoto bronzeado

Mais um trecho do Materialismo dialético das lésbicas. O texto foi pouco revisado, perdoem erros de redação:

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"Na primeira semana de aula, uma professora pediu que escrevêssemos um texto narrativo, contando o momento em que algo aconteceu, que consideramos tão importante que nos fez escolher o curso de jornalismo. Ela não queria digressões nem uma lista de motivos: mas uma cena com local, personagens e fatos.

Um garoto bronzeado estava sentado ao meu lado. Depois de alguns minutos levantou e mostrou seu texto à professora:

- É assim ou fui romântico demais? Meu pai diz que eu exagero quando escrevo.

A professora olhou o texto sem muita atenção. Ele sentou novamente e seguiu falando. Devia ser para mim, porque ela não estava ouvindo.

- Meu pai já escreveu vários livros, ele é muito exigente com isso.
- Meu pai não queria que eu fizesse jornalismo. Ele acha que a profissão acabou.
- Fui almoçar com os amigos jornalistas do meu pai, todos disseram que estudar jornalismo é perda de tempo.

Ele falaria eternamente se eu não perguntasse, então perguntei:

- Mas, afinal, quem é seu pai?

Disse um nome que não reconheci.

- O que ele faz?

Citou alguns livros, que eu desconhecia. Pra responder alguma coisa, disse:

- Meu pai faz carreto. Ele tem uns amigos desempregados que fizeram um churrasco quando passei no vestibular.

Ele era muito bonito, mesmo com a cabeça raspada. Seu nome era Frederico. Depois descobri que jogava basquete, faltava muito às aulas, assim ficamos amigos. Eu emprestava meu caderno, avisava sobre as provas, fazia os trabalhos e incluía seu nome na capa. Ele me contava histórias e saíamos para beber com os colegas do time. Eu estava feliz, rodeada por eles que eram tão lindos.

Às vezes Frederico apontava uma garota da faculdade e me dizia:

- Ela está a fim de você.

Mas eu preferia continuar com eles, que me abraçavam e faziam cócegas como se eu fosse mascote. Não queria procurar garotas lindas que iriam me esnobar porque eram provavelmente todas hétero."

terça-feira, 6 de julho de 2010

You can syndicate any boat you row

Roubado do blog de Tata Marques:

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Mais uma da série: mulheres que tocam bem.